terça-feira, 10 de dezembro de 2013

BULLYING: Provocações sem limites



REFLEXÕES SOBRE O FILME (apenas reflita)
a) “BULLYING: Provocações sem limites”. O que é isso?
b) Você já praticou/pratica bullying?
c)  Você já sofreu ou é vítima do bullying?

Agora resolva: 

1. Fale sobre o título do filme “BULLYING: Provocações sem limites”.

2. Qual o assunto principal do filme?

3. No decorrer do filme acontece uma palestra na escola sobre Bullying. Como
    o palestrante caracteriza o Bullying?

4. Que agressões Jordi sofre no decorrer do filme?

5. Caracterize o adolescente “Jordi” fisicamente e psicologicamente.

6. Agora caracterize o principal agressor “Nacho” fisicamente e  
    psicologicamente.

7. De acordo com o filme quais são os motivos pelos quais Jordi não conta que
    está sendo vítima de assédio na escola e fora dela?

8. Você concorda com a atitude de Jordi em não contar o que está
    acontecendo com ele? Justifique.

9. Em nossa escola há casos de Bullying? De que tipo?

10. No filme há uso de drogas? Justifique sua resposta.

11. Descreva a cena mais triste do filme, na sua opinião.

12. Descreva a cena mais humilhante do filme, na sua opinião.

13. Esse filme denota uma triste realidade da maldade do ser humano. O que
      você aprendeu  com esse filme e que lição de vida você pode tirar dele?

Abaixo, uma redação sobre o tema.


Além de simples brincadeiras

Uma piada, uma brincadeira ou um apelido são comuns e muitas vezes vistos como normais, mas em meio a isso está também o maltrato e a humilhação do próximo. Assim, a prática do bullying cresce constantemente nas escolas e ambientes de trabalho e cria um ciclo de violência física, moral e psicológica que é inaceitável.
Na raiz do problema encontra-se a intolerância, condena-se tudo aquilo que diverge de um padrão de estereótipos e atitudes. O opressor, em busca de poder ou popularidade e alicerçado em maus exemplos que, em geral, estão dentro dos próprios lares com uma rotina de brigas e agressões, intimida e subjuga os que estão a sua volta. A negligência das instituições de ensino e a permissividade da sociedade também acentuam a gravidade de tais atos.
Nesse sentido, o bullying e o mobbing deixam marcas preocupantes na sociedade. A vítima sofre com a humilhação e casos de baixa autoestima, depressão, evasão escolar, perda de rendimento e até suicídio são comuns. Esse cenário de transgressão passa do universo infantil para o adulto com pessoas traumatizadas, com dificuldades de se relacionar e contribui inclusive para a perpetuação de outras mazelas sociais como o preconceito e a violência cotidiana.
Em plano complementar, a extensão da ausência de repreensão e o utópico sentimento de superioridade aparecem também no mundo virtual através do cyberbullying sendo por vezes mais cruel devido ao aparente anonimato. Esse mal silencioso já gerou consequências que chocaram a sociedade como o caso da escola Columbine nos EUA e o massacre em Realengo em 2011 no Rio de Janeiro e não pode mais ser ignorado.
Portanto, é essencial que o governo juntamente com a mídia crie campanhas para conscientizar a população acerca do problema. A família deve estar ciente do dever de construir valores sólidos, dar bons exemplos, orientar e acompanhar a rotina dos filhos. Em paralelo, a escola deve ser mediadora da convivência, estabelecer limites, vigiar e punir os comportamentos errados e criar um ambiente saudável para discutir o assunto e evitar futuros problemas. Assim, não só o bullying é combatido, mas também forma-se cidadãos com mais respeito e tolerância e inicia-se a construção de um país mais justo e de fato desenvolvido. 
                                                           
Anna Luisa Coelho

Produza um texto dissertativo-argumentativo com o tema:
Bullying: como tratar comportamentos agressivos entre colegas?



quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O NÃO, O SIM, A FELICIDADE



Às dez horas em casa!
— Pai, tenho 18 anos!
Surpreso com o que podia ser interpretado como provável contestação, ele batia o martelo:
— Dez em ponto! Nem um minuto mais.
Chegar de volta às dez da noite, em ponto, era arriscado. O relógio do pai podia estar adiantado e o dele comandava a operação. Mesmo que o dele batesse com o da Matriz corria-se o risco da interpretação. “Essa igreja! Sempre atrasada”. Exatamente igual à bola de futebol. Na risca, ela está fora ou dentro? Depende da disposição do juiz. Ou seja, aos 18 anos, tínhamos de chegar em casa no máximo às dez para as dez da noite, se não quiséssemos encontrar a porta fechada. Não adiantava bater na janela do irmão, o pai ficava acordado por algum tempo, à espreita. Dormia-se na rua? Não, batia-se na porta, sabendo do caminhão que seria despejado em cima, das ameaças de cortar a
mesada (no meu caso nem era mesada, ele me dava um dinheiro de vez em quando, para um refrigerante, um sanduíche. Não que fosse avarento, não tinha mesmo). Empregos? Numa cidade do interior, década de 50? Que emprego? Caixeiro do comércio? E o estudo?
Não havia científico noturno ainda. Claro que existiam permissões para se
ficar até mais tarde. Raras. Em finais de semana, dias de baile. Chave de casa? Por que um jovem de 18 anos não tinha a chave de casa? Não era costume, não se dava, e pronto. Parece pré-história para o jovem de hoje, e no entanto tais coisas aconteciam
há 40 anos, o que é nada histórica e sociologicamente. As relações pais e filhos eram mistos de respeito e terror. Ninguém chamava o pai de você, a não ser um ou outro colega, invejado. De qualquer modo, soava estranho, era o mesmo que um deputado
não se referir ao outro como vossa excelência, mesmo sendo inimigo mortal. Pai era senhor. Assim como se cumprimentava pedindo a bênção, beijando a mão. E palavrão? Coisa de rua, de gente desclassificada, de marginal, de filho de lavadeira. Filho de
lavadeira? Havia preconceito, de todos os lados, havia intolerância, levava-se uma existência cinza. Quanto amigo meu levou tapa na boca, porque o pai, ao virar a esquina, deu com o filho, de 21 anos, fumando. Exageros? Totalitarismo? Em parte sim, em parte não.
Pode parecer ridículo, mas havia nisso um cerimonial de civilização. Ainda que existisse animosidade, cumpria-se um protocolo de educação, de reverência por alguém que nos colocou no mundo, deu educação, sustentou. No fundo, eles, os pais, continuavam com ritual de despotismo trazido pela tradição, transmitindo o que tinham aprendido. O mundo andava devagar, não havia por que romper com o estabelecido. As coisas funcionavam, e se funcionavam mal, não havia ainda suficiente clareza e lucidez para quebrar normas que começavam a ficar obsoletas. Enfim, não se colocava em questão. Era ruim para nós? Era. Uma camisa-de-força, um cerco apertado constituído por nãos. Era bom? Era. Ali aprendemos que a vida era assim, uma camisa-de-força,
composta por um conjunto de nãos. Tínhamos de conhecê-los, aprender a driblá-los pela vida afora, despistá-los, superá-los com capacidade, inteligência, esforço. Evidente que o não favorecia a mentira, a hipocrisia.
Atualmente, sorrimos, quando filhas de 13 anos nos comunicam:
— Hoje vou dar uma festinha à noite!
— Saiu um livro de educação sexual. Quem pode comprar para mim?
— P…q…p, pô…*** grtfhun #$% trá-lá-lá!
— Podem me buscar na festa à uma hora!
Este uma é da madrugada, é claro. E quando se vai apanhá-las, vê-se que existem meninas que ainda vão ficar até mais tarde, porque há filhas sempre reclamando:
— Sou a primeira a deixar as festas!
Quando chegam em casa, abrem a porta, porque têm chave. Todas as meninas de sua idade têm chaves de casa, mesadas semanais, ficam lendo à noite até a hora que querem, contestam os pais, marcam festas em casa, ligam o som no máximo do volume. Sabem tudo sobre sexo, perguntam para os pais e
professores coisas que fariam um jovem — não de 13, mas de 18 — ser expulso de casa no nosso tempo (ao menos, espera-se que não cometam erros infantis). Namoram, telefonam sem parar, pedem aos pais um cigarro para experimentar (e o pai, dentro da escola moderna do consentimento para não traumatizar, não reprimir, dá).
Nossas angústias eram simples, menos existenciais. E bem definidas. Concretas. Doíam do mesmo modo. Havia aquela intolerância, contra a qual brigávamos. Mas nosso problema maior era o futuro, o que seremos, o que queremos. Vão dar certo nossos sonhos? Era a grande pergunta, porque havia sonhos. Na permissividade atual, neste final de século do sim, estas angústias se complicaram extremamente para os adolescentes e jovens. São abstratas, metafísicas, sem soluções, porque indefinidas,
tênues. Nossos filhos, vivendo em meio a violência e caos, são superprotegidos, defendidos, confundiu-se liberdade com permissividade, romperam-se os limites e eles desconhecem os nãos que poderiam torná-los mais lutadores, preparados, até mesmo raivosos. Nem existem sonhos ou utopias, o que se quer é ter dinheiro, status, vida confortável. O não levou minha geração a uma reação de raiva e ao mesmo tempo perigosa. O não que nos traumatizou, nos conduziu a dizer um sim complexo para nossos filhos. Quem sabe eles não se sintam perdidos, sem condução, soltos no mundo, circulando sem que alguém dê um toque no cordão que nos liga, ajudando a dizer: cuidado, aí tem areia movediça?
Nós não acreditávamos que nossos pais sabiam. Nossos filhos acreditam que não nos incomodamos com eles, que os abandonamos no mundo. Uma geração teve o não. A outra teve o sim. Somos felizes? Nossos filhos serão?
                                                                                                                    (Ignácio de Loyola Brandão. Pais & Teens, ano 1, nº 2.)


COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO

1. O texto põe em discussão a mudança de atitudes e valores que ocorreu nas últimas décadas, opondo duas gerações: a geração de quarenta anos atrás, quando o narrador era jovem, e a geração dos jovens de hoje. Observe o título do texto. Qual é a geração do “sim” e qual é a do “não”?

2. Nos primeiros parágrafos do texto, o autor descreve como era a educação familiar no passado. Nos parágrafos seguintes, compara-a com a educação atual. Comente as diferenças nas situações vividas pelos jovens quanto aos seguintes aspectos:
a) horário para voltar e acesso à casa após saídas à noite;
b) dinheiro dado pelos pais;
c) consumo de coisas proibidas, como cigarro;
d) forma de tratar os pais;
e) uso de palavrões na linguagem.

3. Segundo o narrador, no passado o relacionamento entre pais e filhos era difícil e autoritário, e o jovem tinha pouca liberdade. Apesar disso, o narrador, hoje, não vê apenas o lado negativo daquele tipo de relacionamento. Releia estes trechos:
• “Totalitarismo? Em parte sim, em parte não.” (6º parágrafo)
• “Era ruim para nós? Era. Uma camisa-de-força, um cerco apertado constituído por nãos. Era bom? Era.” (7º parágrafo)
De acordo com as ideias gerais do texto, explique:
a) Por que era ruim aquele tipo de educação familiar?
b) E por que era bom?

4. Muitas vezes, o não gerava a mentira e a hipocrisia.
a) Com que finalidade se mentia naquela época?
b) Nesse contexto, mentir era bom ou ruim?

5. Segundo o texto, os jovens de hoje sabem de muitas coisas e “perguntam para os pais e professores coisas que fariam um jovem — não de 13, mas de 18 — ser expulso de casa no nosso tempo (ao menos, espera-se que não cometam erros infantis)”.
Levante hipóteses: O que possivelmente são, para o narrador, “erros infantis”?

6. No penúltimo parágrafo, o narrador opõe as angústias dos jovens de antes às dos jovens de hoje e afirma que, no passado, essas angústias eram mais bem definidas e concretas. Por que o narrador vê as angústias dos jovens atuais como mais complexas que as dos jovens do passado?

7. No mesmo parágrafo, o narrador afirma que o futuro era a grande preocupação dos jovens: “Vão dar certo nossos sonhos? Era a grande pergunta, porque havia sonhos”.
a) Qual é o ponto de vista do narrador a respeito dos sonhos dos jovens atuais?
b) Em contraposição aos sonhos, alimentados pela geração de antes, qual é o projeto da geração atual, segundo o narrador?
c) Comparada à geração atual, que qualidade o narrador vê nos jovens da sua geração?

8. Para o narrador, “confundiu-se liberdade com permissividade”. Qual é a diferença entre elas?

9. Ao afirmar “O não que nos traumatizou, nos conduziu a dizer um sim complexo para nossos filhos”, o narrador revela estar seguro ou inseguro quanto ao modo como os pais de hoje têm educado os filhos?

10.O texto põe em discussão duas formas de educar os filhos e, em vez de apresentar respostas na sua conclusão, termina com perguntas: “Uma geração teve o não. A outra teve o sim. Somos felizes? Nossos filhos serão?”.
a) O narrador deixa clara sua posição sobre qual a melhor maneira de educar os jovens?
b) O fato de o texto ser encerrado com perguntas confirma ou nega sua resposta anterior?
c) Observe o título do texto. De acordo com as idéias gerais apresentadas pelo narrador, que sentido ele tem?


A LINGUAGEM DO TEXTO
1. No título do texto (“O não, o sim, a felicidade”) e em trechos como “Uma geração teve o não. A outra teve o sim”, as palavras não e sim desempenham um papel que não é o de advérbio.
a) A que classe gramatical elas pertencem nessas situações? Por que ocorre essa alteração de classe gramatical?
b) Em qual das frases abaixo ocorre o mesmo fenômeno?
• “Nossas angústias eram simples, menos existenciais.”
• “Este uma é da madrugada”
• “Havia aquela intolerância, contra a qual brigávamos.”

2. Em algumas situações, o texto faz uso de linguagem figurada. Observe estes trechos:
“[...] havia intolerância, levava-se uma existência cinza
“[...] cuidado, aí tem areia movediça?
Explique o sentido que as expressões destacadas nesses trechos têm no contexto.

3. No 11º parágrafo, foram empregados sinais gráficos e abreviaturas em “P...q...p, pô... ***grtfhun#$% trá-lá-lá!”. O que sugerem esses recursos?

Leia este cartum, de Quino:
 (Quino. Humano se nace. Barcelona: Lumen, 1991. p. 32.)

1. O cartum está dividido em três cenas. Na primeira cena, um homem está caminhando em direção ao futuro. Observe seus gestos, sua expressão física e a linha que indica a trajetória de seus passos. O que eles significam?

2. Na segunda cena, a expressão facial e corporal do homem se modifica. O que há em
comum entre a expressão do homem e o pensamento dele?

3. Na última cena, um grupo de jovens se dirige ao futuro.
a) Observe a expressão corporal deles. O que ela transmite?
b) Caracterize o lugar para onde os jovens se dirigem.
c) Todos os jovens apresentam nas costas um sinal. Que tipo de sinal é esse, e o que ele representa?

4. Tanto o cartum de Quino quanto o texto de Ignácio de Loyola Brandão abordam o tema do jovem e da sucessão das gerações.
a) Na segunda cena, o homem do cartum faz referência a uma fé que sempre lança os jovens à frente. De acordo com o texto de Loyola, o jovem atual tem essa força? Justifique sua resposta.

b) No cartum de Quino, todos os jovens fazem movimentos semelhantes e caminham para a mesma direção, como se não tivessem autonomia ou como se fossem robôs. Qual das frases abaixo tem relação com esse aspecto do cartum?
• “Namoram, telefonam sem parar, pedem aos pais um cigarro para experimentar”
• “Na permissividade atual, neste final de século do sim, estas angústias se complicaram extremamente para os adolescentes e jovens.”
• “Nem existem sonhos ou utopias, o que se quer é ter dinheiro, status, vida confortável.”

c) Em relação ao jovem de hoje e ao futuro da humanidade, o cartum de Quino apresenta uma visão mais otimista ou mais pessimista que o texto de Loyola? Justifique sua resposta.

Trocando ideias
1. Você é o jovem de hoje, retratado tanto na crônica de Loyola quanto no cartum de Quino. Você acha que sua geração é apática, só quer ter dinheiro, status e vida confortável?
2. O texto opõe dois modelos de educação familiar, um tradicional e outro moderno. Você acha que a educação que vem recebendo dos seus pais se assemelha à que é descrita pelo narrador como o modelo atual? Explique.
3. Na sua opinião, os pais devem estabelecer alguns limites para o jovem? Por quê?
4. O narrador dá o exemplo do pai liberal que dá um cigarro ao filho. Você acha isso certo? Por quê?
5. Tanto o texto de Loyola quanto o cartum de Quino expressam o ponto de vista de que o jovem de hoje está perdendo sua força transformadora. Dê sua opinião: O jovem atual é solidário e participante? Comente.