sexta-feira, 5 de outubro de 2012

LÍNGUA PORTUGUESA








Heróis de Verdade - Atividade de Intertextualidade


Entenda o caso





 
TEXTO 1

Vítor foi espancado no último dia 2 ao intervir em uma agressão a um morador de rua. Ele permanece internado no Hospital Santa Maria Madalena, na Ilha.
De acordo com o hospital, foi preciso implantar oito placas de titânio na testa e no céu da boca da vítima, assim como 63 parafusos, enxerto e três membranas protetoras, entre outros.
O crime aconteceu na Praça Jerusalém, no Jardim Guanabara, área de classe média alta na Ilha.
O pai de um dos agressores, que não quis se identificar, disse que a família também está sofrendo.
- Ninguém cria um filho para ser agressor ou agredido. O sofrimento é de todo mundo.
Todos os suspeitos são jovens de classe média alta. Os socos e chutes contra o estudante só pararam depois que o amigo dele se jogou sobre ele para impedir o espancamento. Vítor ficou desacordado. Um dos agressores tentou justificar o ataque ao morador de rua e teria falado que, pela manhã, o pai dele iria fazer uma caminhada pelo local e que não queria passar por um mendigo no caminho.




TEXTO 2













Luana Piovani, grávida de oito meses, se sensibilizou com o caso de Vítor Suarez Araújo, o rapaz que foi agredido por cinco jovens ao defender um morador de Rua na Ilha do Governador, e escreveu uma carta em seu site oficial.
Leia na íntegra:
“Meu querido Vitor, não nos conhecemos, mas saiba que depois que vi seu rosto ontem no jornal, me sinto intima de você... Como fã sente- se em relação ao seu ídolo. Saiba que andava sem ídolos há tempos e fico feliz em ter de novo. VOCÊ! Acompanhei o que aconteceu do começo e senti imensa alegria ao vê-lo saindo do hospital, sorrindo e fazendo o símbolo de paz e amor. Você é meu herói! Li também que sua mãe, dizia a matéria, teria se arrependido de ter te ensinado a ser cidadão e generoso e eu a entendo. Nela, a agressão que sofreu, deve ter doido muito mais que em você. Mas diga a ela que tenho orgulho dela também! Você representou tudo àquilo de bom que tentamos semear, multiplicar. O que as mães almejam quando ensinam seus filhos o certo e o errado. Você representa a minha mãe, minha avó, meu irmão, meus professores, o pastor da minha igreja, a mim, ao meu filho e a tantos brasileiros e seres humanos que ainda acreditam que este planeta será um lugar digno de se viver. Adoraria dar lhe um abraço. Em você e na sua mãe... Que você curta seus hambúrgueres, seus jogos no computador, que sare logo, que seja feliz e que tenha looonga vida. Beijo bem grande, sua fã, Luana Piovani”.


http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/estudante-espancado-passa-por-exames-antes-de-alta-e-esta-confiante-na-recuperacao-20120208.html






TEXTO 3










Na madrugada do dia 3 de fevereiro, Vítor estava em um quiosque na zona norte do Rio com o amigo Kleber Carlos de Souza, que viu tudo. “Eu vi os rapazes agredindo o morador de rua”, lembra.
Um mendigo estava sendo espancado por cinco jovens. Na tentativa de interromper a covardia, Vítor e Cléber se aproximaram dos agressores. “Eu não fiz nada demais. Só fui conversar para que aquilo parasse”, diz Vítor. “E o Vitor chegou também, pedindo, e foi agredido. De repente, de surpresa, o Tadeu já estava imobilizando o Vítor. O William estava dando socos no rosto dele”, conta Kleber. Tadeu Assad Ferreira tem uma condenação por agressão em 2010. William Bonfim Nobre responde a processo por agressão. “Os outros, na mesma ­hora, vieram com inúmeros pontapés no rosto dele. Ele chegou a desmaiar”, diz Kleber.
 Os outros são Rafael Zanini, Felipe Melo dos Santos e Edson Luiz Júnior. Os cinco acusados estão em prisão temporária. “Até a hora em que eu consegui chegar até o Vitor e fiquei em cima dele com os braços abertos, alguém deu a volta, veio por trás de mim e deu um chute na nuca dele”, conta Kleber.
Foram 15 fraturas no rosto de Vítor, reconstruído com placas de titânio e 63 parafusos. “Simplesmente chegar e agredir o cara porque ele está deitado ali na rua, porque ele está passando mal. Não é assim. Não é assim que tem que ser. Não é assim que vai ser, se eu puder fazer alguma coisa”, afirma Vítor.
Na internet, Vítor passou a ser tratado como herói. Ele descarta o elogio e considera o que fez um ato simplesmente humano. “Se você não aceita aquilo ali, você fica indignado e você não faz nada, você não está nem vivendo a sua vida, você está aqui só de espectador”, declara Vítor.
“Nós estamos tão acostumados a que pessoas só interfiram em assuntos que são do interesse dela, na vantagem dela ou de pessoas muito próximas, que ter a ideia de que alguém haja gratuitamente, apenas por bondade, por solidariedade humana nos espanta”, acredita o filósofo Renato Janine Ribeiro.
No bairro onde os agressores são conhecidos pela violência, à mãe de Vítor criou dois filhos. “Eu passo o que é normal passar, o que todas as pessoas devem passar o que eu acho que a maioria das pessoas com quem eu convivo passa para os seus filhos: respeito. A pessoa, independente da classe social dela, é um ser humano. Respeito”, diz a mãe do jovem.
Qualquer caso de violência deve ser resolvido pela polícia, que precisa ser chamada imediatamente pelas testemunhas que estão no local. Mas o impulso de Vítor foi maior que as recomendações de segurança. Ele foi movido por um princípio básico da vida em sociedade: o respeito ao próximo. A covardia contra o estudante deixou a mesma sociedade perplexa.
Para a presidente de uma organização de defesa dos direitos humanos, Vítor não foi à única vítima. “A sociedade foi agredida, toda ela, quando o Vítor foi espancado. O que foi espancado foi a nossa esperança de que essa sociedade seja cada vez melhor”, afirma a escritora Rosiska Darcy de Oliveira.
As próximas duas semanas são decisivas para a avaliação da cirurgia que Vítor enfrentou. “Às vezes, eu penso: ‘será que vai ficar igual? ’. Mas se não ficar também, do jeito que está já está ótimo. Poderia ter ficado pior. Poderia não estar aqui, poderia estar com sequela. Eu sempre acho que o que a vida me reserva é o melhor”, diz o jovem.
Mas Vitor mantém o humor. Ele até faz um apelo: “A minha mãe ainda não me autorizou a comer um hambúrguer, não acreditei quando ela falou que não ia deixar eu comer um hambúrguer. É um absurdo fazer isso com uma pessoa nesse estado. Eu peço em rede nacional que lancem a campanha: ‘Mãe do Vítor, deixe ele comer o hambúrguer’. Isso é um absurdo. Eu sobrevivi a cinco pessoas me batendo, mas não vou sobreviver a um hambúrguer, na cabeça da minha mãe”, brinca.
                                                                                          




QUESTÕES SOBRE O TEXTO 01

1) Por que Vítor foi espancado?

2) Por que o pai de um dos agressores disse que todos estão sofrendo? A quem exatamente ele se refere? Qual será, de acordo com a leitura do texto, a posição desse pai em relação à atitude do filho agressor?

3) Qual a justificativa dada por um dos agressores? Você acha que isso justifica mesmo o ocorrido? Por quê?


TEXTO 2

4) No texto1, a fala do pai do agressor: - " ninguém cria filho para ser agressor ou agredido" tem uma relação com o texto 2 sobre a opinião de Luana Piovani. Retire do texto 2 a justificativa da fala do pai.

5) Por que a mãe de Vítor teria se arrependido de tê-lo ensinado a ser cidadão e generoso?

6) Por que Luana Piovanni se tornou fã de Vítor?

7) A atriz Luana Piovani afirma que há muito tempo não tinha um herói.
a) Qual a definição de herói?
b) Considerando o contexto político-econômico-social em que vivemos, por que não era possível que ela tivesse um herói?


TEXTO 3

8) Qual a função das aspas (“ “) na frase: . “Eu vi os rapazes agredindo o morador de rua”, lembra.

9) Disserte um parágrafo sobre o significado da frase “A sociedade foi agredida, toda ela, quando o Vítor foi espancado. O que foi espancado foi a nossa esperança de que essa sociedade seja cada vez melhor”.

10) Vítor passou a ser tratado como herói, mas recusa o título. Por que ele não aceita a honraria?

11) Na sua opinião o que levou os jovens a agredirem o mendigo, e por que Vitor resolveu interceder?

12) A mãe de Vitor diz que se arrepende de ter criado um filho cidadão. Você concorda com isso? Justifique:

13) Qual seria a razão para que o mundo hoje passe por essas barbaridades entre os homens? Cite algo que você acha que deveria fazer para mudar as atitudes do homem:


ATIVIDADES DE PRODUÇÃO TEXTUAL

1) Escreva uma carta de solidariedade ao Vitor como fez Luana Piovani.

2) Produza um texto de repúdio às atitudes dos agressores.


TEXTO COMPLEMENTAR
“Heróis” do Big Brother

Recebi há pouco este e-mail, uma carta aberta para o apresentador Pedro Bial, da TV Globo. Acho que merece leitura e reflexão.

Prezado Senhor Pedro Bial, Digníssimo Jornalista, apresentador da Rede Globo de Televisão.
Confesso Sr.Bial que não sou espectador do programa o qual o senhor apresenta.
Talvez para felicidade da minha cultura e para infelicidade do índice de audiência, ao qual seu programa está atrelado. Mas, tive durante um dia desses, num dos raros casos fortuitos que o destino apresenta a oportunidade de, por alguns minutos, apreciar o tão falado Big Brother Brasil, o BBB.
Para minha surpresa, durante uma ou duas vezes o senhor, ao chamar os.
Participante para aparecerem no vídeo o fez da seguinte maneira:
- Vamos agora falar com nossos heróis!
De imediato tive uma surpresa que me fez trepidar na cadeira. Heróis?
O senhor chama aqueles que passam alguns dias aboletados numa confortável casa, participando de festas, alguns participando até de sessões de sexo sob os ededrons, falando palavras chulas e no fim podendo ganhar um milhão de reais, de heróis?
Pois bem Sr. Pedro Bial, eu trabalho numa Plataforma Marítima que se localiza a aproximadamente 180 km da costa brasileira e contribuímos, mesmo modestamente, para que o nosso País alcançasse a autossuficiência em petróleo e continuamos lutando, todos nós, para superar esse patamar.
Neste último dia 26 de Fevereiro presenciamos um acidente com um dos helicópteros que faz nosso transporte entre a cidade de Campos e a Plataforma. As imagens que ficaram em nossa mente Sr. Bial irão nos marcar para o resto das nossas vidas. Os seus ‘heróis’ Sr. Bial, são meros coadjuvantes de filmes de segunda categoria comparados com os atos de heroísmos que presenciamos naquele momento.
Certamente o Senhor como Jornalista que é, deve estar a par de todo o acontecido. Mas sei que os detalhes o Sr. desconhece.
Pois bem, perdemos alguns colegas. Colegas esses, Sr Bial, que estavam indo para casa após haver trabalhado 15 dias em regime de confinamento.
Não o confinamento a que estão sujeitos os seus ‘heróis’, pois eles têm toda uma parafernália de conforto, segurança e bem estar, que difere um pouco da nossa realidade. Durante esse período de quinze dias esses colegas falaram com a família apenas por telefone. Não tiveram oportunidade de abraçar seus filhos, de beijar suas esposas, de rever seus amigos e parentes… Logo após decolar desta Plataforma com destino a suas casas o helicóptero caiu no mar, ceifando suas vidas de modo trágico e desesperador.
E seus ‘heróis’ Sr. Bial, a que tipo de risco eles estão expostos? Talvez aos paredões das terças-feiras, a rejeição do público, a não ganhar o prêmio milionário ou a não virar a celebridade da próxima novela das oito.
Os heróis daqui Sr. Bial foram aqueles que desceram num bote de resgate, mesmo com o mar apresentando um suel desafiador. Nossos heróis Sr. Bial desceram numa baleeira, nossos heróis foram os mergulhadores, que de pronto se colocaram à disposição para ajudar, mesmo que isso colocasse suas vidas em risco. Nossos heróis Sr. Bial, não concorrem ao prêmio de um milhão de reais, não aparecem na mídia, nem mesmo os nomes deles são divulgados. Mas são heróis na verdadeira acepção da palavra. São de carne e osso e não meros personagens manipulados pelos índices de audiência. Nossos heróis convivem aqui no dia-a-dia, sem câmeras, sem aparecerem no Faustão ou no Jô Soares.
Heróis, Sr. Bial são todos aqueles que diariamente, saem das suas casas, nas diversas cidades brasileiras, chegam à Macaé ou Campos e embarcam com destino às Plataformas Marítimas, sem saber se regressarão as suas casas, se ainda verão seus familiares, ou voltarão ilesos, pois tudo pode acontecer: numa curva da estrada, num acidente de Helicóptero, no vôo comercial de regresso a sua cidade de origem….
Não tenho autoridade suficiente para convidá-lo a conhecer nosso local de trabalho e consequentemente esses nossos heróis, mas posso lhe garantir Senhor Bial, que caso o Sr. estivesse presente nesta plataforma durante aquele fatídico acidente seu conceito de herói certamente seria outro.
  

Carlos Augusto Lordelo Almeida.
Técnico de Segurança
Plataforma P-XVIII / UN-BC/ATP-MRL/OP-P18/GEPLAT
 
Com base na leitura dos textos acima elabore um texto argumentativo com o tema “Quem são nossos heróis?” 

Atividade Produzida Pela Professora Sílvia Pinheiro
Postagem: José Evânio
Coordenador do LEI - II